Ontem assisti minha primeira aula com a professora Lúcia Avelar, do Instituto de Ciência Política da Unb. Entre outros assuntos abordados ela declarou ter acompanhado o processo de formulação do programa Bolsa Família, no ministério do desenvolvimento social, e que, nessa época, o conceito que mais se relacionava à implantação desse programa era o conceito de Liberdade. Liberdade para poder escolher e crescer, tendo um mínimo garantido para o próprio sustento (e da família).
Em meio à notícias sobre populações em cidades Brasileiras que deixam de procurar emprego graças ao bolsa, fiz uma reflexão:
Será um traço cultural desses Brasileiros optar por acomodar-se na renda do programa? (Já vi essa idéia citada em outras aulas na Unb, inclusive lembrando que nos EUA o cidadão que vive de programas sociais sofre preconceito, sendo impelido a mudar sua situação ou não acomodar-se).
Ou será que o tipo de trabalho ofertado nessas localidades não é suficientemente atrativo, fazendo com que essas populações optem (fazendo uso de sua Liberdade) por não empregar-se?
Acredito que, num país massivamente católico e educado na ética cristã da nobreza do trabalho e da recompensa póstuma, os cidadãos tenderiam a buscar condições melhores e dignidade (sem que essa busca inclua perder a dignidade, e esse é o meu ponto). Pareço muito ingênuo?